quinta-feira, 4 de abril de 2013

Avaliação de um Ano de Educação Ambiental na Feira da Panair de Manaus

Prêmio: Experiencia Bem Sucedida

INTRODUÇÃO
No final de 2005, a Secretaria Municipal de Limpeza Pública, juntamente com o Ministério Público Federal, VII COMAR, INFRAERO e IBAMA, coordenou e executou o Plano de Educação Ambiental na Feira da Panair que tem como objetivo principal acondicionar corretamente o resíduo resultante da feira e assim ter o controle da população dos urubus no local e da área do Aeroporto Ponta Pelada.
O Plano com uma abrangência estimada para 150 mil pessoas, permanentes na feira ou itinerantes, residentes em Manaus ou procedentes de várias cidades dos estado do Amazonas, foi planejado para um ano. Foram realizadas abordagens diretas e indiretas de educação ambiental, pesquisas e ações comunitárias. 

OBJETIVO
O presente artigo apresenta uma avaliação das atividades de educação ambiental realizada na Feira da Panair, visando a continuidade e a melhoria das atividades para que o comportamento dos feirantes e usuários, quanto o acondicionamento e destino dos resíduos, sejam adequadas e consolidadas. 

METODOLOGIA
Para a avaliação do Plano de Educação Ambiental na Feira da Panair, foram realizados várias pesquisas com os feirantes e usuários para que se ter uma noção da percepção quanto a transformação da limpeza da feira no período de um ano de atividade.
Também foi realizado um fórum ao final de um ano de atividade, com os representantes das instituições parceiras e do público interessado para um debate dos objetivos alcançados e a serem atingidos.

RESULTADOS
A Feira da Panair é um complexo formado por setores de venda de produtos de hortas, frutas e de pescado. Comporta ainda, dois terminais: o Terminal Pesqueiro de Manaus e a Balsa do Feirante. O fluxo diário é estimado de 20 mil pessoas. Operações de sensibilização, mutirões de limpeza, ações de cidadania de atenção à saúde e de fiscalização foram realizadas.
Durante o período de realização das atividades pode-se registrar os seguintes aspectos do plano: 
  • Cooperação Institucional identificada pelas instituições parceiras do projeto e principalmente pela participação das diversas Secretarias da Prefeitura de Manaus nas operações realizadas;
  • Replicabilidade dada pela quantidade de solicitações para a realização das atividades em outras feiras localizadas no perímetro urbano de Manaus;
  • Mobilização e Promoção da Inclusão Social realizada pela ação realizada na área da feira, onde foi proporcionada a oportunidade de extração de documentos, corte de cabelo e de vacinas;
  • Promoção à Saúde Pública oferecida na ação realizada com médicos e odontólogos para os feirantes e usuários da feira;
  • Proteção Ambiental com orientação e distribuição de mudas de árvores alem da orientação para a limpeza da orla;
  • Integração dos conhecimentos foi caracterizado pela participação em Seminários Nacionais e Internacionais relatando os resultados das atividades de educação ambiental, bem como da seleção do Plano como experiência exitosa pela FUNASA e Ministério das Cidades e ainda da realização de um Seminário de Avaliação do Plano de Educação Ambiental na Feira da Panair;
  • Promoção do Direito da Cidade aconteceu quando nas pesquisas acusaram que poder-se-ia encaminhar as devidas instituições competentes para que o ambiente da feira fosse melhorado;
  • Sustentabilidade e Continuidade registrada pela disposição e atenção permanente para o comportamento dos feirantes e usuários quanto ao manejo dos resíduos sólidos.
CONCLUSÕES
Os impactos positivos esperados: postura adequada dos feirantes quanto a procedimentos corretos para evitar os desperdício de alimentos; nova percepção dos feirantes quanto noções básicas de saneamento; atendimento dos objetivos foi atingido e não foram observados impactos negativos quanto à resistência dos feirantes à nova postura quanto à destinação dos resíduos orgânicos e resistência dos feirantes às equipes de trabalho.
Continuidade das atividades deverão ser realizadas para que a parcela da população que não foi atendida tenha oportunidade de obter os conhecimentos oferecidos e para que se consolide comportamento adequado quanto o manejo e destino correto do resíduo sólido.
As atividades continuarão por mais um ano intensificando-se: operações de fiscalização; mobilização da comunidade local; mobilização nas comunidades escolares; incentivo a coleta seletiva; minimização do desperdício; acompanhamento em outras feiras; estudos da biologia dos urubus e aplicação de indicadores de avaliação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COHEN, S. C.; Habitação Saudável como um Caminho para a Promoção da Saúde. Tese de Doutorado, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Osvaldo Cruz. 2004.

MARQUES, L. L et al. Educação Ambiental na Feira da Panair. Mostra de Estudos e Pesquisas – FUNASA – In. III Seminário Internacional de Engenharia e Saúde Pública, Fortaleza, pág. 535-541. 2006.

PROGRAMA DE MODERNIZAÇÃO DO SETOR SANEAMENTO. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO: diagnóstico do manejo de resíduos sólidos urbanos – Brasília: MCIDADES. SNSA: IPEA, 2005. 350p.

Artigo aprovado para:
24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

02 a 07 de setembro de 2007 - Belo Horizonte – MG – Brasil

Resíduos e Águas em uma Bacia Hidrográfica Urbana. Estudo de Caso: Bacia de São Raimundo, Manaus/AM


Fonte: 

VIII Seminário Ibero-americano

Alterações climáticas e gestão da água e energia em sistemas de abastecimento e drenagem
16 - 19 Julho 2008


Lisboa - Portugal





RESÍDUOS E ÁGUAS EM UMA BACIA HIDROGRÁFICA URBANA.

ESTUDO DE CASO: BACIA DE SÃO RAIMUNDO, MANAUS/AM - BRASIL



L. M. L. Marques*, J. Berber, M. R. Carvalho



Morada*: Universidade UNINILTON LINS – Av. Prof. Nilton Lins, 3259 - Parque das Laranjeiras - Manaus - AM – C. Postal: 69058-030 - Brasil - Tel: +55 (92) 3083-3000 - Fax: +55 (92) 3083-3000 - e-mail: lislair@yahoo.com.br



RESUMO

A área urbana de Manaus abrange quatro bacias hidrográficas, todas contribuintes da grande Bacia do Rio Negro. Duas bacias encontram-se integralmente dentro da cidade, a Bacia do São Raimundo e Bacia do Educandos. O Rio Negro, que banha a orla sul da cidade, tem suas nascentes localizadas na depressão do Orenoco, percorrendo cerca de 1.550km até encontrar o Solimões, formando o Rio Amazonas, na baía do encontro das águas. As grandes transformações sofridas por Manaus, cuja população segundo o IBGE-2000 é de 1.644.690 hab, a partir da implantação da Zona Franca não foram acompanhadas por uma política de controle ambiental compatível com crescimento urbano. Ao longo desse processo, os cursos d’agua que foram à cidade transformaram-se em depósitos de esgotos e resíduos sólidos urbanos. O estudo apresenta um diagnóstico das condições do saneamento da população residente na área da Bacia do São Raimundo que se localiza na área urbana da cidade de Manaus.



Palavras-chave: saneamento, resíduos sólidos, bacia hidrográfica urbana



ABSTRACT

Manaus urban’s area encloses four hydrographic basins, all of then contributing with the big “Rio Negro’s” basin. The Negro river reaches the south of the city, its source is located at the Orenoco’s Depression and it runs for around 1.550 km until reaches the Solimões river, turning themselves together in the Amazon river.   She has passed through many transformations in the last decades, and, due to the last available data it has around 1.644.690 inhabitants. Since the establishment of a Duty Free zone of commerce and a Fiscal incentive Programme for the industry, in the 60’s, no Enviromental Control politics has been put into practice compatible with this growth.  During this process, the city’s Rivers and creeks had become into a forced sewerage and depository of urban solid waste. This study intends to present a diagnostic of the sanitation situation of the population who live near the region of São Raimundo’s basin, located in the urban area of Manaus, which will be the base for the decisions about the Integrate Management of solid waste and waters in the basin.



KEYWORDS: sanitation, solid waste, urban hydrographic basin



INTRODUÇÃO

O aumento da produção de resíduos sólidos vem se agravando como conseqüência do crescimento populacional e da ocupação desordenada em concentrações urbanas e ainda da mudança de hábitos de consumo por conseqüência do desenvolvimento industrial.

Neves & Tucci (2003) ressaltam a problemática dos resíduos sólidos despejados inadequadamente na superfície, atingindo as redes de drenagem urbana, onde esses se apresentam acumulados nas vizinhanças de “shopping centers”, estacionamentos, saídas de “fast foods”, estações rodoviárias e ferroviárias, estradas, escolas, parques públicos e jardins, contêineres, locais de aterros e depósitos de reciclagem. Elas constituem-se principalmente de materiais manufaturados como garrafas, latas, envelopes de papel e plástico, jornais, sacolas de compras, embalagens de cigarro, mas também partes de carros, restos de construção e colchões velhos. Estes, após alcançarem à rede de drenagem, são transportados através dos condutos, arroios, rios, lagos e estuários até eventualmente alcançarem o mar, nas cidades litorâneas. Freqüentemente podem permanecer fixos na vegetação ao longo das margens dos arroios, rios ou lagos, ou espalhados ao longo das praias.

Brites (2005) relata que os resíduos nos corpos de água urbanos causam má aparência, perturbam o habitat natural, degradam a qualidade da água, aumentam a propagação de doenças, podem causar a morte de animais aquáticos, além de impedirem o funcionamento hidráulico dos sistemas de drenagem. Uma maior preocupação sobre a quantidade de resíduos que atingem os corpos de água vem acontecendo. Embora, estes impactos estejam recebendo maiores atenções, poucos estudos foram realizados nesta área.

Neste contexto, buscou-se conhecer aspectos relacionados ao saneamento ambiental de uma bacia urbana, no caso a Bacia de São Raimundo, inserida na área urbana da cidade de Manaus, localizada na região norte do Brasil.

O texto se desenvolve em quatro etapas bem definidas. A primeira delas toma um apanhado de estudos já existentes relacionados resíduos e águas na cidade. A segunda etapa descreve algumas características da cidade de Manaus e a seguir da Bacia de São Raimundo que é totalmente inserida na cidade. E enfim, descrevem-se considerações em relação as observações tomadas no estudo.



RESÍDUOS E  ÁGUAS NA CIDADE

Segundo Schimidt (2005) a importância e abrangência do planejamento no setor de Resíduo Sólido Urbanos mudaram, na última década, de uma abordagem centrada em aspectos técnico-tecnológicos para uma visão holística, com temas que sejam influenciados pela gestão de resíduos. A inclusão social dos catadores, a promoção da coleta seletiva e de sistemas de reaproveitamento, ou valorização da educação e da comunicação ambiental é apenas alguns dos exemplos de novas temáticas que entraram na gestão dos resíduos. Como os sistemas se tornaram cada vez mais complexos, houve a necessidade de um planejamento que integrasse tanto as ações previstas, quanto os atores e usuários do sistema, a fim de torná-lo gerenciável.

Para Neves (2006) a gestão de resíduos sólidos envolve diversas atividades de planejamento, implantação e execução, de forma a garantir uma destinação adequada do material coletado e limpeza urbana. Os gestores atuais, também trabalham buscando a conscientização da população a respeito do seu grau de responsabilidade nos problemas e nas soluções.

Levando em consideração os aspectos técnicos para o gerenciamento dos resíduos sólidos Marques (2000) afirma que as destinações dos resíduos sólidos são orientadas em função de diversos parâmetros como a caracterização qualitativa e quantitativa da matéria residual, o conhecimento do processo produtivo do gerador do resíduo, os pontos de geração, o conhecimento das análises físico-químicas do resíduo e a classificação do resíduo que indica a sua periculosidade.

A redução e o tratamento são estratégias que podem ser adotadas para ao gerenciamento e gestão dos resíduos. A redução consiste em parar a produção do resíduo na fonte geradora ou a difusão do produto gerador do resíduo, otimizar matérias primas e processos. Novos comportamentos ou atitudes também contribuem à redução quantitativa do resíduo a ser tratado.

A autora acima citada conceitua o tratamento de resíduos como qualquer processo que altere suas características, composição ou propriedades de maneira a tornar mais acessível a sua eliminação ou valorização.

Atualmente no Brasil a valorização do resíduo é pouco utilizada, porque entre outros problemas, o controle de resíduos por parte da união, do estado e municípios é ainda deficiente. Não existindo controle, não há obrigatoriedade de acondicionamento e tratamentos adequados. Desse modo, não se tem controle dos custos envolvidos nas operações, o que inviabiliza tratamentos e gerenciamentos adequados. É, contudo, sensível à perda de matéria e energia relacionadas ao desperdício, depõe Marques (2000).

No que concerne às águas, Paoletti (2006) afirma que o progressivo e impetuoso desenvolvimento urbano e da construção civil conduziu a uma redução dos cursos de água, que em alguns casos, foram encerrados em galerias, com conseqüente restrição a sua condutibilidade hidráulica. Para Tucci e Orsini (2006) o desenvolvimento urbano modifica a cobertura vegetal, provocando vários efeitos que alteram os componentes do ciclo hidrológico natural como:

  • Redução da infiltração do solo;

  • Aumento do escoamento superficial: volume que deixa de infiltrar, ao ficar na superfície, aumenta o escoamento superficial;

  • Redução da água subterrânea e da evapotranspiração.

Paoletti (2006) sugere que planejamentos devem ser elaborados com uma visão integrada da interconexão entre cheias fluviais e drenagem urbana, de modo a equilibrar, dentro do próprio tecido urbano, os efeitos sanitários de impermeabilização dos solos, de forma não alterar e se possível reduzir, as vazões de cheia em direção a jusante.

Neves (2003) cita que os resíduos são conduzidos até a rede de drenagem em conseqüência de diversos fatores, entre eles pode-se citar: freqüência e cobertura da coleta de lixo, freqüência da limpeza das ruas, forma de disposição do lixo pela população e freqüência de precipitação. As principais fontes de resíduos no sistema de drenagem podem ser:

  • Comportamento anti-social dos indivíduos lançando lixo nas calçadas e pelos veículos, manuseio do lixo doméstico;

  • Excesso de embalagens;

  • Deficiência dos serviços de limpeza das ruas;

  • Inadequadas instalações de disposição;

  • Falta de autoridades para impor penalidades aos transgressores.

Conforme, Brites (2005) os resíduos após alcançarem à rede de drenagem, são transportados através dos condutos, arroios, rios, lagos e estuários até eventualmente alcançarem o mar nas cidades litorâneas. Freqüentemente podem permanecer fixos na vegetação ao longo das margens dos arroios, rios ou lagos, ou espalhados ao longo das praias e parte desse material pode ser soterrados por sedimentos de rios, lagos ou praias.

Ao avaliar o material sólido na drenagem urbana, Tucci (2004) mostra que são observados estágios diferentes na produção dos resíduos, em decorrência do desenvolvimento urbano, entre eles pode-se incluir: estágio inicial, intermediário e final. No estágio inicial ocorrem alterações na cobertura da bacia, sendo removida a proteção natural, deixando o solo desprotegido, aumentando a erosão e a produção de sedimentos. Nesta fase ainda há pequena produção de lixo. No estágio intermediário ainda existe movimento de terra, originando produção de sedimentos e surge a produção de lixo devido à população que começa a se estabelecer. Já no estágio final praticamente toda superfície está consolidada, resultando apenas a produção de lixo com uma pequena parcela de sedimentos.

Para Alison et al.(1998) apud Neves (2006), a quantidade de resíduo sólido no sistema de drenagem urbana pode ser influenciada por uma série de fatores como: tipo de ocupação do solo, características dos eventos de precipitação, população, praticas de gerenciamento de limpeza de tuas, tipo de coleta e armazenamento, regularidade de limpeza, programas de reciclagem; programas de conscientização e educação ambiental; período de tempo sem chuvas; tamanho e geometria das entradas e condutos da rede de drenagem; características físicas da bacia hidrográfica, variações sazonais, intensidade e direção do vento.

Os impactos devido à urbanização na rede de drenagem são sentidos não somente nos aspectos quantitativos, mas também nos aspectos qualitativos, como a poluição das águas. Apesar disto, a abordagem atual, quando trata os impactos ambientais nas áreas urbanas, limita-se, via de regra, ao acaso das águas provenientes do esgotamento cloacal, não atentando para o fato de que parte da poluição gerada nestas áreas tem origem no escoamento superficial sobre as áreas impermeáveis, áreas em fase de construção, depósitos de resíduos sólidos ou de resíduos industriais, entre outros.

Os impactos das águas pluviais, tanto na rede de drenagem quanto nas águas receptoras, podem ser classificados segundo as seguintes categorias:

Hidrológica e morfológica, mais comuns na literatura da drenagem urbana;

Na qualidade e ecologia aquática, onde devido às erosões durante construções, mudanças de morfologia e lavagem de material acumulado no solo, há problemas de turbidez, enriquecimento de nutrientes, contaminação bacteriológica, cargas de matéria orgânica, metais, sais, aumento da temperatura e de detritos e resíduos sólidos, ocasionando a diversidade de peixes, diminuição do recurso alimentar destes (insetos aquáticos), que são afetados também pelas mudanças na temperatura da água, dos níveis de oxigênio, etc (URBAN DRAINAGE AND FLOOD CONTROL DISTRICT, 1999, apud Neves (2006)).

Neves (2006) ressalta que muito dos resíduos, principalmente aqueles descartáveis provenientes da indústria alimentícia, transportam poluentes e podem danificar estruturas, bem como reduzir a eficiência delas. Outros, quando acumulados em locais inadequados, atraem vetores de doenças e a rede de drenagem urbana é o meio físico onde se dá o transporte e pode ser o ponto final da trajetória destes resíduos.

Já, Nery (2004) cita que saúde e saneamento estão intrinsecamente associados. A qualidade da água utilizada é responsável diretamente por doenças diversas, bem como é fator diretamente associado aos aspectos referentes à drenagem, esgoto, limpeza pública, controle de vetores e educação sanitária. O autor relata que as ações em intervenções no abastecimento de água e esgotamento sanitário provocam mudanças diretas nos indicadores de saúde, comprovadas por diversos estudos.

Souza (2001) em estudo realizado para identificação de doenças que podem ser correlacionadas à falta ou precariedade dos serviços de drenagem urbana cita enfermidades como a febre amarela urbana, dengue, leshmaniose, esquitossomose, filariose, leptospirose e malária. A autora ainda relaciona a incidência de outras doenças às condições ligadas ao esgotamento sanitário, resíduos sólidos e abastecimento de água.

Segundo Heller (1997) a classificação ambiental das infecções relacionadas com a água, seja em quantidade ou em qualidade, origina-se a partir do entendimento sobre os mecanismos de transmissão, que podem ser agrupados em quatro categorias, a saber:

Ingestão de água contaminada, que ocorre quando patogênico encontra-se na água ingerida, por exemplo: diarréias, disenterias, febres infecciosas da pele e dos olhos;

Transmissão relacionada com a higiene e contato identificado como aquela que pode ser interrompida pela implantação de higiene pessoal e doméstica, por exemplo: doenças infecciosas da pele e dos olhos;

Transmissão baseada no ciclo de vida do inseto na água, por exemplo: esquistossomose, onde o hospedeiro do ovo é um caramujo;

Transmissão por um inseto vetor, na qual os insetos que procriam na água ou cujas picaduras ocorrem nas proximidades da água são os transmissores, por exemplo: febre amarela, malária e dengue.

Segundo Heller (1997) trabalhos foram realizados na elaboração da classificação ambiental das infecções relacionadas aos excretos e de doenças relacionadas à água, tendo por base os mecanismos pelos quais tais doenças são transmitidas. No que tange a limpeza urbana, há registros de trabalhos publicados ressaltando as vias de contato homem-lixo.

Concernente à drenagem, o trabalho de Mara e Alabaster (1995) apud Souza (2001), apresenta importante classificação das doenças relacionadas à habitação em países em desenvolvimento, ressaltando-se aqueles transmitidos por insetos vetores de hábitos peridomésticos, como a leishmaniose e a filariose bancrofti, para as quais indica como forma de controle a drenagem pluvial.


O MUNICÍPIO DE MANAUS

O Município de Manaus, situado no Estado do Amazonas, em uma área de 11.458,5km2, concentra uma população de 1.644.690 habitantes conforme estimativa IBGE-2005.  A altitude varia de 25 a cem metros acima do nível do mar. O clima da cidade é quente e úmido, denominado “clima equatorial úmido de convergência intertropical”, com uma temperatura média de 26,7ºC.

Em 1980, a população de Manaus atingiu 635 mil habitantes (crescimento populacional de 8% ao ano) tendo como impulsionadores do desenvolvimento um parque industrial moderno e um comércio especializado em produtos de alto consumo. As conseqüências do acelerado processo de ocupação do solo são: a insuficiência e desarticulação da malha viária urbana, a ocupação imprópria dos igarapés, a especulação imobiliária e a deficiência dos serviços e equipamentos sociais básicos.

Em 1990, Manaus passou a contar com 1.100.000 habitantes com um incremento populacional de 6% ao ano. A média de crescimento demográfico caiu em relação a cada ano de 80 em decorrência da retração econômica imposta pelo Governo Federal. As invasões se intensificam e ocupam a Zona Leste da cidade e as margens dos igarapés, agravando a situação existente na Zona Sul.

A bacia hídrica do município de Manaus, no seu perímetro urbano tem sido profundamente afetada por intenso processo de ocupação desordenada de sub-moradias em condições insatisfatórias de saneamento básico, decorrente do processo migratório e, nos últimos anos, em razão das grandes invasões na periferia da cidade de Manaus. Como conseqüência, os igarapés e cursos d’água têm sido poluídos, assoreados e obstruídos tanto pela derrubada da vegetação de grande porte quanto pela presença de grande quantidade de lixo, resultante da construção de moradias nas margens desses igarapés. Em todo o Município, a extensão dos igarapés principais alcança aproximadamente 70 km, abrigando, em razão do significativo déficit social, cerca de 400 mil habitantes.



Figura 1: Palafitas as margens do Igarapé São Raimundo


Figura 2: Uso do solo às margens do Igarapé São Raimundo
 O problema ambiental de origem hídrica com interface ao saneamento em Manaus começa pela precária distribuição de água potável pela população, principalmente àqueles que estão localizados em áreas irregulares ou estabelecidos recentemente. Este fato leva a população à ingestão de água contaminada proveniente de poços perfurados sem critérios técnicos e poços contaminados devido aproximação destes com fossas sépticas.

As águas das fossas sépticas quando há ocorrência de chuvas intensas, não infiltram o suficiente e se misturam na superfície do solo gerando uma situação de risco à saúde das pessoas. As condições das moradias nas margens e leitos dos igarapés acentuam as verminoses e as doenças de pele destas populações. No caso da transmissão através de insetos, tendo a água como meio de procriação, ocorre principalmente nas cabeceiras dos igarapés, justamente onde ocorrem invasões de áreas de florestas e o conseqüente desmatamento destas áreas.

A situação atual de abastecimento de água não é ruim se considerarmos a questão tão somente do atendimento o índice de hidrometração. O grande desafio no momento é suprir a demanda de água principalmente para as Zonas Norte e Leste da Cidade onde aproximadamente 60 mil famílias não possuem água e outras 50 mil possuem o abastecimento de água precário (algumas horas por dia). A população dessas áreas possui baixo poder aquisitivo e concentra-se em áreas de invasão onde o serviço de infra-estrutura vem sendo implantado pelo Governo do Estado e pela Prefeitura Municipal.

A cidade de Manaus é abastecida de água a partir de três sistemas:

Sistema principal: com produção e tratamento de água a partir de duas estações de água situadas na Ponta do Ismael, no Bairro Compensa, e por uma estação de tratamento localizada no Bairro do Mauazinho – Distrito Industrial. A captação de água das três estações é realizada diretamente do Rio Negro;

Sistemas isolados: com a produção e o tratamento de água proveniente de lençóis subterrâneos, que provê redes de abastecimento independentes, em bairros da periferia, conjuntos habitacionais, loteamentos e prédios de apartamentos, nos quais o sistema Principal não tem capacidade de atendimento;

Sistemas mistos: em áreas atendidas pelo Sistema Principal, cuja vazão é complementada por poços artesianos. Os sistemas assumidos pela empresa concessionária, em 2000, não abrangiam mais de 4 mil poços particulares, de características precárias, com pouca profundidade (80m, em média) e operados sem controle, que se encontram espalhados por toda a cidade e abastecem cerca de 15% da população urbana.

De acordo com os Dados do IBGE, estimava-se que, no ano 2000, somente 3% dos domicílios estariam ligados às redes de esgoto e cerca de 50% lançariam os dejetos em fossas. Nas áreas onde inexiste rede coletora, são utilizadas fossas e sumidouros nas residências e fossa/filtros anaeróbicos nos conjuntos habitacionais. Portanto, em toda a cidade de Manaus, mesmo em áreas próximas ao centro, ocorrem lançamentos de efluentes domésticos nas ruas e nos vários igarapés que cruzam Manaus.

A situação de esgotamento sanitário em Manaus é precária. Onde a rede é inexistente, os esgotos são destinados a fossas, ruas e igarapés. A maior parte dos domicílios, principalmente aqueles localizados as margens dos igarapés lançam diretamente seus esgotos nesses corpos d’agua.

A gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos no município de Manaus, por atribuição da Secretaria Municipal de Limpeza Pública - SEMULSP, tem nestes últimos anos significativa melhoria tanto na coleta como no destino final, embora muito a população deva na contribuição relacionada à conscientização e manejo correto dos resíduos.

No município de Manaus não existe um adequado sistema de microdrenagem, tecnicamente planejado e integrado a macrodrenagem. O que existe, em alguns casos, é a presença de algumas galerias de águas pluviais que geralmente, coletam também os esgotos sanitários que escoam pelas sarjetas das vias.

Pode-se citar como exemplo a Zona Central da cidade, onde o sistema de microdrenagem é todo realizado de acordo com o antigo sistema coletor de esgotos projetados pelos ingleses no início do século passado. Esse funciona como um sistema de esgotos sanitários, onde se misturam as águas pluviais e os resíduos líquidos lançados, diretamente pelas residências existentes na área, nas suas águas.

Observa-se que, nas áreas periféricas do município, a prefeitura tem tido uma atuação marcante com a abertura de novas ruas e avenidas, com sistema de microdrenagem sub-superficial, com assentamento de tubos de concreto, e superficial, com as sarjetas e bocas-de-lobo, que conduzem as águas até os igarapés. Mesmo assim, como não existe um sistema separador absoluto, essa microdrenagem também recebe os resíduos líquidos despejados pelas moradias do entorno, contaminando os igarapés e as águas da região.



A BACIA DO SÃO DO RAIMUNDO

A área urbana de Manaus abrange quatro bacias hidrográficas, todas contribuintes da grande Bacia do Rio Negro. Duas bacias encontram-se integralmente dentro da cidade, a Bacia do São Raimundo e Bacia do Educandos. O Rio Negro, que banha a orla sul da cidade, tem suas nascentes localizadas na depressão do Orenoco, percorrendo cerca de 1.550km até encontrar o Solimões, formando o Rio Amazonas, na baía do encontro das águas. A Bacia do São Raimundo está toda inserida na área urbana do município e o curso d’agua atravessa as Zonas Leste, Norte, Centro-sul, Centro-oeste, Oeste e Sul.

Figura 3: Localização da Bacia do São Raimundo na área urbana de Manaus/AM - Brasil
O espaço urbano da Bacia do São Raimundo é extremamente desigual. Praticamente não existe barreira alguma (nem mesmo ruas) que dividem esses espaços. Assim, realidades em desenvolvimento humano só encontrado em países de terceiro mundo convivem, lado a lado, com outras que, muitas vezes, ultrapassam os parâmetros dos países mais desenvolvidos. Por exemplo, nos bairros Adrianópolis, Nossa Senhora das Graças e Flores, a taxa da população adulta com mais de 12 anos de estudo chega a 43% sendo que nos bairros mais pobres como Jorge Teixeira, essa taxa não chega a 1%.

Igarapé do Mindu: principal tributário da bacia, com 20 km de extensão, tem uma de suas nascentes localizado no bairro Jorge Teixeira, na zona Leste, próximo ao Jardim Botânico da Reserva Ducke. Cruza a cidade no sentido nordeste-sudoeste, percorrendo e delimitando inúmeros bairros, como Tancredo Neves, Cidade Nova, Aleixo, Parque 10 de Novembro, Nossa Senhora das Graças e São Geraldo;

Igarapé dos Franceses: localizado na zona centro-oeste é um dos principais contribuintes da bacia. Drena os bairros Alvorada e Dom Pedro;

Igarapé da Binda: nasce na zona norte e percorre os Bairros Cidade Nova, Parque Dez e União.


Figura 4: Nascente da Bacia do São Raimundo pelo Igarapé do Mindu
As nascentes dos igarapés (Bairro Jorge Teixeira para Igarapé do Mindu) ainda apresentam condições satisfatórias, próximas às de ambientes naturais, embora já se observam processos de ocupação em áreas próximas a suas cabeceiras.

Entretanto, nos trechos dos igarapés onde ocorrem ações antrópicas, as propriedades dos corpos d’agua apresentam intensa alteração, chegando atingir estado de total descaracterização, em virtude do pequeno porte e da pouca capacidade de autodepuração das cargas poluidoras.

 Isso se deve ao fato desses igarapés não são guarnecidas por matas ciliares, na maior parte de seus percursos, permitindo o carreamento de grande variedade de detritos para suas calhas, levados pelas águas pluviais. Em conseqüência, ocorrem assoreamento dos talvegues e a alteração dos canais, além do represamento de águas altamente poluídas junto às margens, onde se instauram ambientes anoxicos, que provocam a exalação de odores desagradáveis.
Figura 5: Resíduos Sólidos no Igarapé do Mindu


A Bacia do São Raimundo possui uma área de 117,95km2 e está inserida nesta pelo menos 1.193.943 hab, segundo o IBGE-2000. Parcela desta população, 509.712 hab (42,79%) o chefe da família possui renda abaixo de R$ 400,00 e 212.968 hab (17,84%) o chefe de família possui renda superior a R$ 800,00.

 O Gráfico 1, mostrado a seguir,  por zoneamento ilustra e relaciona os índices de abastecimento, rede de esgoto e serviço de limpeza pública na bacia do São Raimundo. Verificamos que o serviço de limpeza atinge todos os setores com pelo menos 80%(Leste) e atingindo aproximadamente 100% de atendimento na Zona Centro-Oeste.

Com as mesmas referencias verificamos que 470.072 hab, (39,37%), é atendida em mais de 90% do serviço de abastecimento de água e 509,712(42,69%) abaixo de 60%.

O serviço de drenagem mostra que 509.712 hab tem atendimento menor que 15% de rede e 473.966 hab, (39,79%), é atendida em mais de 40% com o serviço.

A média per capta de resíduo coletado, na bacia, segundo os dados da SEMULSP/2006, é de 0,828 kg/dia e foi encaminhado para o Aterro Municipal 214.909,89t de resíduos oriundos da bacia no primeiro semestre de 2006. O serviço de varrição das ruas e avenidas que compõem a bacia foi estimado em 6.027,17t, neste mesmo período, sendo 5.991,33t no turno diurno e 358,34t na coleta do serviço noturno. Os mutirões que retiram os resíduos no curso d’água nos igarapés, na área, acumularam, primeiro semestre de 2006, 12.086,46t. 
Gráfico 1: Saneamento nos setores da Bacia do São Raimundo


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A promoção da saúde através da prevenção é um dos fatores que contribuem à atenção ao saneamento e das condições de habitações para uma vida humana mais digna. Estas condições não são presentes à população residente na Bacia do São Raimundo. Essa bacia está totalmente inserida no perímetro urbano do município Manaus e contem comunidades de grande grau diferenciação econômica, bem como de infra-estrutura e de saneamento e suas águas apresentam-se em condição de degradação ambiental.

A nascente da bacia, na Zona Leste, onde as condições econômicas, infraestrutura e as ofertas de serviços públicos dos moradores são precárias é onde a nascente da bacia (Igarapé do Mindu) ainda apresenta condições ambientais razoáveis.

No transcorrer do percurso d’agua da bacia (Zona Centro-Sul), comunidades com condições sócio-econômicas mais favoráveis se inserem. São consolidadas nestas áreas, áreas verdes de lazer, infra-estrutura e maiores taxas de atendimento dos serviços públicos. No entanto, verifica-se a presença de resíduos sólidos em grandes quantidades no curso d’agua, geralmente provenientes de embalagens de alimentos, cuja origem, se carreados ou lançados diretamente pelos moradores ou transeuntes, é ainda inestimada. Adicionado a esta situação detecta-se o lançamento de esgoto in natura nos igarapés.

À medida que a bacia se aproxima da foz, são identificadas aglomerações de habitações subnormais que se caracterizam pela total inexistência de atendimento dos serviços de saneamento e infraestrutura precária. Próximos a centros de oferta mercado e emprego o grande contingente a de pessoas que residem nas margens dos igarapés não tem o serviço de limpeza urbana, pois os coletores não têm acesso. Embora existam os programas que amenizam a falta do deste serviço às quantidades de resíduos no curso d’agua acumulam-se em quantidades cada vez maiores. Inestimada, ainda são, as proporções da origem desse resíduo, levando-se em conta que o sistema de drenagem também é inexistente ou precário nos bairros próximos.

Em toda a área da bacia, verifica-se o delineamento dos roteiros de coleta e assim o atendimento do serviço de limpeza urbana tem desempenho evidenciado frente aos demais serviços de saneamento. Os dados compilados pela SEMULSP/2006 da geração per capta de resíduos pela população residente da bacia vem de encontro com as médias das cidades melhores servidas em limpeza urbana do Brasil. Pelos dados do IBGE/2000, correlacionados aos demais serviços de saneamento, fica evidenciado que a limpeza urbana não atinge os setores da bacia onde são completamente inexistentes ou precários os demais serviços saneamento e/ou as condições sócio-econômicas de grau mais baixo.

As nascentes dos igarapés ainda apresentam condições satisfatórias, próximas às de ambientes naturais, embora já se observam processos de ocupação em áreas próximas a suas cabeceiras. Entretanto, nos trechos dos igarapés onde ocorrem ações antrópicas, as propriedades dos corpos d’agua apresentam intensa alteração, chegando atingir estado de total descaracterização, em virtude do pequeno porte e da pouca capacidade de autodepuração das cargas poluidoras.    



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Educação ambiental na feira da Panair

Fonte: 
Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública (3.:2006: Fortaleza,CE) Anais do 3º Seminário Internacional de Engenharia de Saúde Pública / Fundação Nacional de Saúde: Brasília: Funasa, 2006. 580 p.

RESUMO 

A Feira da Panair está localizada na zona Sul da cidade de Manaus, no Amazonas. Ela é um dos principais pontos de comercialização de peixe fresco da cidade. O Terminal Pesqueiro de Manaus, onde podem atracar até 100 barcos por dia, de um total de 800 permissionários provenientes das mais diferentes regiões do estado é uma das balsas onde os pescadores vendam grande variedade de peixe no atacado ou varejo. Os resíduos resultantes da atividade têm atraído vetores como urubus e ratos tornando a área bastante insalubre. Esse problema é acentuado pelo fato da Feira estar dentro da zona de vôo do aeroporto militar de Ponta Pelada. Mesmo sem registro de acidentes fatais envolvendo aeronaves no município, os urubus representam um potencial perigo à segurança aérea. Estas questões levaram a Prefeitura de Manaus à implementação de um Plano de Educação Ambiental na Feira, com apoio de diversos parceiros, entre eles o Ministério Público Federal, a INFRAERO, o VII COMAR e o IBAMA. O projeto busca o saneamento adequado da Feira da Panair e, por conseqüência, o controle da população de urubus. São realizadas abordagens freqüentes de sensibilização junto aos feirantes e pescadores, levando-os a adquirir comportamentos adequados no manejo do lixo. Orientados para destinar os resíduos aos contêineres fixos localizados no local, eles têm dado como resposta disposição e cooperação. Os resíduos orgânicos recolhidos na área são destinados à compostagem, que possibilita o reaproveitamento total do material. O produto da compostagem é encaminhado, como fertilizante, aos parques e jardins administrados pela Prefeitura. 

Palavras-chave: educação ambiental, resíduos orgânicos, urubus, segurança de vôo. 

ABSTRACT 

The Panair Market is located in Manaus, in the State of Amazonas. It is one of the main fresh fi sh markets in the city. The fi shing terminal is at the same place and can accommodate up to 100 boats at once - it is used by the fi shermen to sell a large variety of species brought from all over the state. The activity’s organic waste has been threwn in the river and on the ground for a long time, attracting vultures and rats - wich caused a serious environmental problem. This problem is increased by the fact that the Market is within the fl ight zone of the military airport of Ponta Pelada. Even without any records of deadly accidents involving vultures and airplanes, these animals represent a potential danger to aerial security. These issues took the City Hall, supported

by many partners, to launch an Environmental Education project in the área Among the participant entities is the Public Ministry, INFRAERO (comercial airports), VII COMAR (military airports) and IBAMA (environment). The project aims at the adequate sanitation of the place and, by consequence, the end of the vulture problem. The fi shermen and other workers from the Market are taught and stimulated, in a regular basis, to promote the correct handling of the organic and common waste. They have been willing and cooperative in the process. All the organic material collected there is sent to be transformed into fertilizer for the city’s public gardens that are administered by the City Hall.



Keywords: environmental Education, organic waste, vultures, aerial security.



1. INTRODUÇÃO



A Feira da Panair, regida pela Lei Municipal 123, de 24 de novembro de 2004, fi ca na zona Sul da cidade de Manaus/AM, vende peixe fresco e frutas, no atacado e no varejo, atendendo milhares de pessoas por dia. O local aporta duas balsas: o Terminal Pesqueiro de Manaus e a Balsa do Feirante e ainda, três setores de venda. O cenário na época de implantação do Plano de Educação Ambiental, embora servida diariamente pelos garis da Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (SEMULSP), apresentava muitos pontos de concentração de resíduos orgânicos nas margens e rio, em estado de putrefação servindo de comida a vetores como urubus.

Eliminar o foco de atração, através da redução dos recursos alimentícios, é o objetivo principal do Plano de Educação Ambiental, implementado em novembro de 2005, pela Prefeitura Municipal de Manaus, por meio da SEMULSP. São parceiros no projeto o Ministério Público Federal, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA), o VII COMAR e a INFRAERO.

O plano tem abrangência estimada em quinze mil usuários permanentes ou itinerantes, residentes em Manaus ou procedentes de várias cidades do Estado do Amazonas como pescadores que atracam na balsa e permanecem na área até vender toda a carga de pescado. Ainda transitam na Feira, feirantes de frutas e verduras, compradores, vendedores ambulantes e de alimentos e turistas que contribuem para a geração de acúmulo de resíduos. Planejado para um período de um ano, com abordagens diretas e indiretas de forma continuada, em dois meses de execução de atividades adquire resultados significativos. 

2. REVISÃO DE LITERATURA 

O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, através da Resolução No. 4, de 09 de outubro de 1995, determina a Área de Segurança Aeroviária (ASA): um raio entre 13 e 20 quilômetros ao redor dos aeródromos, de acordo com o tipo de operação, em cujo limite é proibida a implantação de atividades perigosas que possam atrair aves, como abatedouros, lixões, curtumes e culturas agrícolas. A aplicação da Resolução não tem sido fácil, porque a redação da norma não aponta responsabilidades nem prevê sanções em caso de descumprimento (BRASIL 2005b). Em agosto de 2005, o IBAMA publicou uma norma que obriga os administradores dos aeroportos em todo o país a elaborarem um plano de manejo para controlar a presença de aves.

Embora não se tenha registro de acidentes fatais com aeronaves no Brasil causados por colisão com aves (UBIRATAN 2005), o problema é grave e precisa ser tratado com responsabilidade e seriedade. De acordo com os reportes de colisão com aves registrados no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – CENIPA -, entre janeiro de 2002 e dezembro de 2004, a aviação civil apresentou 963 casos dentro ou nas proximidades dos aeródromos (BRASIL 2005b). O aeroporto militar de Ponta Pelada fi ca próximo à Feira Panair. A exemplo dos demais aeroportos brasileiros, ele enfrenta problemas com a presença de urubus-de-cabeçapreta (Coragyps atratus), que se concentram no entorno, atraídos pelo acúmulo de lixo e vísceras jogados pelas pessoas que passam pela área. Os problemas causados pelo lixo sem tratamento são enormes, o mau cheiro, a reprodução de insetos e roedores que transmitem doenças e o crescimento da população de urubus. Com as cidades de hoje, cada vez maiores, temos enormes quantidades de lixo concentrados em alguns pontos da superfície do planeta (DIDONET, 1997). Ainda, esse autor alerta sobre a necessidade de criar novos valores que vão desde não jogar lixo nas ruas, até refletir sobre o nosso modo de vida, a quantidade e a qualidade do lixo que produzimos e o que fazemos para nos livrar dele.

Por outro lado, a Agenda 21 registra que a “educação ambiental para uma sociedade eqüitativa é um processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida”. Já o Manual de Saneamento da FUNASA (2005) ressalta, ainda, que educação ambiental é um processo de aprendizado - a comunicação de questões relacionadas à interação do homem com o seu ambiente natural. É o instrumento de formação de uma consciência pelo conhecimento e refl exão sobre a realidade ambiental. Menciona, também, que a responsabilidade do Poder Público não exclui a participação da comunidade em todo o processo. Nessas bases se reflete o Plano de Educação Ambiental na Feira da Panair. 

3. MATERIAIS E MÉTODOS 

A proliferação de vetores ocorre, principalmente, devido à concentração em grandes quantidades de resíduo orgânico em um mesmo lugar, sem qualquer tratamento. Para o controle dessas populações e combate aos impactos negativos causados, é necessário estabelecer ações informativas e de orientações aos geradores dos resíduos. A promoção de comportamentos ambientalmente adequados por parte da população pode contribuir significativamente para o controle do problema.

A execução do projeto iniciou-se com uma visita técnica dos representantes de todas as instituições parceiras, diagnosticando-se a realidade da feira e formulando meios para atingir os objetivos. Percebeu-se a contaminação dos corpos hídricos, a poluição visual e a crescente evolução de vetores devido à grande produção de resíduos sólidos que são jogados no leito e margens do Rio Negro. O cenário da feira apresenta-se como um ambiente degradado e em condições sanitárias comprometidas.

A necessidade de conduzir novos modos aos feirantes em relação ao meio ambiente e de promover práticas compatíveis à atividade para que tivéssemos como resultado, a médio prazo, melhoria dos produtos ofertados, do ambiente da feira e da qualidade de vida da comunidade local, são evidentes. Quinze agentes sensibilizadores foram treinados e orientados quanto as formas de abordagem aos usuários da Feira. Foi atribuído a eles alertar os usuários sobre valores ambientais, a participação coletiva com o mesmo fim, a co-responsabilidade da geração e do destino dos resíduos e dinamismo ao desenvolvimento sustentado da Feira. Estudos de opções alternativas para a resolução dos problemas local relacionados aos resíduos também são discutidos com a comunidade.

As ações são acompanhadas um carro de som, onde são emitidas recomendações, músicas com temática ambiental, depoimentos de apoio de autoridades locais e técnicos e palestras informativas sobre o perigo aviário. Também, a atenção dos feirantes é apreendida através de palhaços que em formas de brincadeiras levam a nova postura no manejo dos resíduos sólidos. Paralelo a conscientização, os agentes sensibilizadores registram o estado em cada intervenção levando ao monitoramento permanente e consequentemente a evolução das abordagens. Os usuários também são alertados quanto às doenças provenientes dos vetores que se alimentam dos resíduos orgânicos, aos impactos negativos da proliferação de vetores, como o perigo aviário, à necessidade da disposição correta dos resíduos e a importância de manter o ambiente limpo ao final da comercialização.

No decorrer das atividades, são previstas operações de fiscalização àqueles que persistem em posturas inadequadas, sensibilização dos feirantes quanto ao desperdício e, finalmente, a criação de uma cultura que vise à manutenção do saneamento básico no ambiente. Junto ao projeto de Educação Ambiental, a SEMULSP presta serviços de limpeza diária nos arredores e vias próximas da Feira, e nos cursos d agua.

Frequentemente a Secretaria realiza mutirões de limpeza e mantém fixos três contêineres, para onde os feirantes são orientados a destinar os resíduos de forma separada – resíduo orgânico e resíduo seco (papel, plástico, vidro e metal). Todo o resíduo sólido do local é coletado quatro vezes ao dia pela Prefeitura, sendo o resíduo orgânico destinado à compostagem e, o resíduo seco, ao aterro. O resíduo encaminhado à compostagem é aproveitado em sua totalidade. Após a pesagem, ele é despejado na leira e é revolvido com terra e submetido à degradação controlada até a estabilização do composto. A seguir, o composto é peneirado, analisado e utilizado como fertilizante nas praças e canteiros centrais de avenidas e jardins públicos do município de Manaus. 

4. RESULTADOS 

A Feira da Panair é formada por três setores de venda e duas balsas. O primeiro setor, na entrada da área, localiza-se a Feira Coberta, formada por 97 bancas e 20 boxes, distribuídos em quatro galpões: G1, G2, G3 (galpões de frutas e verduras) e G4 (galpão de peixe); todos, para 509 os permissionários. O segundo setor é a Feira da Banana, uma palafita que comporta 64 bancas que vendem frutas e nove boxes (giraus) que comercializam comidas e bebidas. Ao lado da Feira da Banana, em outra palafi ta, localiza-se a Feira do Peixe, comportando 47 caixas de madeiras e 21 boxes, onde se vendem peixes limpos – o terceiro setor.

A Feira da Panair aporta, ainda, duas balsas: o Terminal Pesqueiro de Manaus e a Balsa do Feirante. No terminal, podem atracar até 100 barcos por dia do total de 800 permissionários. Já na Balsa do Feirante, estão cadastrados para acesso 56 barcos de médio e pequeno porte, oito barcos grandes, 15 motores de turismo e 54 voadeiras (táxi fluvial).

Nesse cenário, estima-se uma população de 15.000 pessoas a serem trabalhadas, seja por abordagens diretas ou indiretas. Nas oito ações de educação ambiental realizadas em dois meses, sete foram realizadas no Terminal Pesqueiro, sendo que uma delas foi centrada na Feira da Banana e, outra, nos moradores próximos ao Terminal. Uma atividade foi realizada na Balsa do Feirante. No total, abordamos 15% da população a ser sensibilizada. Detectou-se que a venda de pescado é bastante variada em certos períodos, como, por exemplo, na época do defeso, quando a oferta de peixe é baixa. Dessa forma, a freqüência do retorno dos pescadores à Feira é variada, atingindo, em alguns casos, até seis meses, sendo a média 30 dias. Dos barcos abordados, 29 procediam da região de Manaus; 12, de Manacapuru; sete, de Coari; cinco, de Beruli; seis, de Codajás; cinco, de Tapauá; quatro, de Beruri; três, de Camutama; três, de Janauaca; três, de Anori; dois, de Purus; dois, de Tefé; dois, de Uarini; dois, de Anamã; dois, de Careiro; e um de Itacoatiara, Japurá, Jutaí, Mantus, Parintins, Costa de Uanumâ, Manaquiri e Fonte Boa (todos do Amazonas). Esses barcos trazem, em média, cinco tripulantes, sendo registrado o máximo de 15 e, o mínimo, de três. Quando retornam a balsa, os tripulantes não são os mesmos.

Verificou-se também, que a espécie mais vendida no Terminal Pesqueiro é o jaraqui (42%), seguida do pacu (15%), segundo os barcos pesquisados. As outras espécies identificadas são o matrinxã, tucunaré, cará, sardinha, tambaqui, pirarucu, branquinha, bodó e piranha, conforme Gráfico 1, abaixo. A carga máxima carregada nos barcos é de 50t e, a mínima, é de 1t, sendo a média 8t.
Gráfico 1: Peixes Ofertados no Terminal


Do total de pescadores que estiveram no Terminal Pesqueiro nos meses em que foi realizada a conscientização, 92% afirmaram fazer refeição nos barcos, sendo que 53% disseram acondicionar o lixo na lixeira e, 47%, disseram jogar no rio. Na área da Feira, 85% dos responsáveis dos barcos, após orientação, passaram a encaminhar o lixo para as lixeiras dispostas na área pela SEMULSP. A avaliação feita pelos usuários da Feira sobre os garis que atuam no local foi 53% boa, 45% ótima e apenas 2% fraca. Oitenta e nove por cento dos feirantes têm a percepção de que, se o ambiente fosse mais limpo, mais compradores seriam atraídos. Quarenta por cento dos feirantes trabalhados

relataram à existência de doenças, na tripulação ou família, correlacionadas ao lixo. 

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 

Apostar que a comunidade da Feira da Panair, estando bem informada e orientada através de métodos adequados e participativos, seria capaz de mudanças comportamentais relacionadas ao manejo correto do lixo foi a premissa básica de motivação de execução do plano. Assim, os feirantes dariam respostas positivas e contribuiriam à sua própria qualidade de vida aliada a um ambiente de trabalho com saneamento adequado. Para atingir os objetivos, várias ferramentas motivadoras e educacionais foram trabalhadas, como a presença continuada de sensibilizadores na área em horários de intenso comércio. Com o uso de linguagem simples e em forma de arte-educação, as abordagens evoluem na forma e conteúdo.

O projeto de Educação Ambiental da Feira da Panair, planejado para um ano, em dois meses de execução apresenta resultados surpreendentes e significativos, principalmente no que se refere à disposição e colaboração dos feirantes no destino correto do lixo. Atualmente, já exibe um ambiente mais limpo. Pretende-se consolidar o novo comportamento na continuidade das atividades educativas e de operações de fiscalização no decorrer da execução do plano e, assim, obter o controle operacional dos resíduos sólidos gerados na atividade e eliminar a população de vetores e urubus, contribuindo para a segurança do vôo. 

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Acesso em: 26 Nov 2005

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Acesso em 05 Dez 2005.

DIDONET, M.(org). O lixo pode ser um tesouro: Um monte de novidades sobre um monte de lixo – livro do professor. 6a ed. – Rio de Janeiro: CIMA, 1997. 32p. 

Lislair Leão Marques

Engenheira Ambiental e Tecnóloga da Construção Civil,

M.Sc. Tecnologias de Saneamento – UFSC/SC/2000,

Coordenadora Técnica da SEMULSP, Prefeitura de Manaus. 

Paulo Ricardo Rocha Farias

Engenheiro Agrônomo, M.Sc. Resíduos Sólidos – Alemanha, Especialização Resíduos Sólidos – Japão, Prof. da ULBRA-AM e Secretário da Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos – SEMULSP, Prefeitura de Manaus. 

Leidimar Fátima Brigatto

Jornalista e Relações Públicas e Bacharel em Letras – UFAM/AM, MSc. Tecnologias de Informação e Comunicação – Université de Marseille – França/2000 – Assessora de Comunicação da SEMULSP, Prefeitura de Manaus. 

Marcos de Oliveira Coelho

Jornalista UNINILTONLINS-AM. Especialização Comunicação Empresarial na UNINILTONLINS-AM/2006. Bacharel em Letras/Língua Inglesa na UFAM-AM/2007.

Coordenador Adjunto da Assessoria de Comunicação da SEMULSP, Prefeitura de Manaus.

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Confira também:
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